BlogReflexão do dia

Um Convite à Frustração

Conforme vamos vivendo, temos muitas relações, sejam elas profundas ou superficiais, e muitas vezes ocorrem sem que queiramos; numa fila do pão, em um encontro de amigos na igreja e até no dia a dia da faculdade tem-se relacionamentos despretensiosos que não damos valor, contudo, cada investimento afetivo que construímos, independente da intensidade, revela algo sobre nós e como está o nosso desenvolvimento como seres humanos.

Focando nesse desenvolvimento, podemos observar que em nossa caminhada tendemos a regredir para avançar, ou seja, a cada nova situação procuramos soluções já conhecidas até construirmos uma nova solução capaz de sanar o problema ou questão. Isso também ocorre em cada novo relacionamento que construímos, até porque cada pessoa com quem falamos é diferente e conhecê-las é essencial para o progresso da troca entre você e ela, logo, quando conhecemos alguém tendemos a tratar como tratamos qualquer desconhecido. Mas quando adquirimos intimidade com a pessoa, temos uma forma quase única de tratá-la. Essa intimidade altera tanto você quanto a outra pessoa, existe ali uma influência mútua que serve, principalmente, para crescimento mútuo.

Conforme vamos construindo os relacionamentos e conhecendo as pessoas, temos a tendência de criar expectativas acerca delas, geralmente coisas que não conseguimos ter ou fazer, e isso pode ser tanto consciente quanto inconsciente. É inevitável: pais fazem isso com filhos, maridos com esposas, namorados com seus pares, professores e alunos, todos criamos expectativas em cima de nossos relacionamentos. Essas expectativas nos levam a uma frustração quase que inevitável, pois ninguém age conforme nós queremos e isso é algo bom, pois nos faz crescer e pensar quem somos e como devemos agir, evita que sejamos totalmente dependentes de nossas relações, mas que consigamos colocar esperança e expectativa em quem há segurança: Deus.

Infelizmente, colocamos esperanças erradas em Deus também, e, quando isso acontece, existe um problema, porque nossas expectativas quanto a Deus não são com a motivação correta, mas sim com motivações mesquinhas que não refletem quem Deus é. João Batista faz isso com Jesus, cria uma expectativa tão alta e errada quanto a Cristo que quando está na prisão pede para seus discípulos perguntarem ao Messias se ele era realmente o Messias (Lc 7:18-23). O povo era outro que tinha uma expectativa sobre Jesus, tanto que o Mestre pergunta: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: uns Joao Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou alguns dos profetas. (Mt 16:13-14), e essas expectativas levavam as pessoas a imaginarem um libertador político que tiraria o jugo de Roma sobre Israel. Que grande frustração tiveram todos os que pensavam assim. Jesus nunca afirmou a liberdade política, nem mesmo a própria Escritura disse isso, contudo essa frustração foi inteiramente necessária para o crescimento dos discípulos que perceberam qual era o real propósito de toda a ação de Jesus na terra e puderam testemunhar que, ali na cruz, Ele foi sacrificado pelos pecados dos seres humanos com o objetivo de salvá-los da morte, que já pairava sobre eles.

Essa frustração (claro que não apenas isso, o Espírito Santo os consolou e os revelou isso também) os fez sentirem a necessidade de arrependimento e de fé para a salvação, porque se suas expectativas fossem saciadas, ser humano algum seria liberto e haveria apenas mais uma guerra no Oriente Médio.

Eu não sei quais são as suas expectativas e ansiedades quanto aos outros, mas saiba que se você se frustrar isso será uma coisa boa. Eu não sei quem você pensa ser Jesus Cristo, porém, eu posso lhe dizer que Ele é mais do que você pensa e muitas vezes não faz o que você quer que Ele faça, porque Ele sabe o que é melhor pra você, Ele te conhece melhor do que você mesmo, então a sua chance de ser frustrado, por estar com uma expectativa errada em Deus, é muito grande, mas saiba que isso lhe fará crescer, lhe fará ter intimidade com Deus. Te convido a frustrar-se consigo mesmo e correr para os braços do Salvador, se arrependa e creia que Ele morreu no seu lugar e tenha a vida eterna, com a certeza de que a sua maior esperança está nEle e que só Deus pode te completar.

Weber Sergio

Cristão, casado com Débora, seminarista estudando no Seminário Presbiteriano do Sul. Um servo de Jesus que deseja aproximar a igreja de seu Deus para a expansão do Reino do Céus.

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